Quadril

Epifisiólise Femoral Proximal
A Epifisiólise Femoral Proximal (EFP) é uma condição ortopédica que afeta o quadril de crianças e adolescentes, ocorrendo quando a placa de crescimento na extremidade superior do fêmur (osso da coxa) se desloca da sua posição normal. Esse deslocamento pode ser parcial ou completo, causando dor e dificuldades de movimento. A EFP é uma emergência ortopédica que requer tratamento imediato, pois, se não tratada adequadamente, pode levar a complicações graves, como a deformidade permanente do quadril e o desenvolvimento precoce de artrose.
Sintomas
- Dor no quadril, coxa ou joelho: A dor pode ser difusa e, muitas vezes, é sentida no joelho, mesmo que o problema esteja no quadril.
- Claudicação: A criança pode começar a mancar ou ter dificuldade ao caminhar.
- Limitação de movimento: O quadril perde parte de sua mobilidade, especialmente nos movimentos de rotação interna.
- Diminuição da força na perna afetada: A perna pode parecer mais fraca ou ser mais curta que a outra, em casos de deslocamento significativo.
Causas
- Fatores Hormonais: Alterações hormonais que ocorrem durante a adolescência podem afetar a resistência da placa de crescimento.
- Obesidade: O excesso de peso coloca uma pressão extra sobre o quadril, aumentando o risco de epifisiólise.
- Trauma: Embora não seja a causa principal, pequenos traumas ou atividades físicas intensas podem desencadear o deslocamento da epífise.
- Condições Endócrinas: Doenças como hipotireoidismo, deficiência de hormônio de crescimento ou outros distúrbios endócrinos podem aumentar o risco de EFP.
Tipos de Epifisiólise Femoral Proximal
A EFP pode ser classificada de acordo com o grau de deslocamento e a rapidez com que os sintomas aparecem:
- EFP crônica: Desenvolve-se de forma gradual ao longo de semanas ou meses, sendo o tipo mais comum.
- EFP aguda: O deslocamento ocorre subitamente, muitas vezes após uma atividade física ou trauma leve, causando dor intensa e incapacidade de apoiar o peso sobre a perna.
- EFP aguda em uma crônica: Uma epifisiólise crônica pode, em algum momento, ter um agravamento súbito, tornando-se aguda.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito com base no histórico clínico, exame físico e exames de imagem, como radiografias do quadril. Radiografias em diferentes ângulos permitem que o ortopedista visualize o grau de deslocamento da epífise. Em alguns casos, exames adicionais, como ressonância magnética, podem ser solicitados para avaliar os danos à articulação.
Tratamento
O tratamento da EFP é sempre cirúrgico, com o objetivo de estabilizar a epífise e evitar novos deslocamentos. As opções de tratamento incluem:
- Fixação in situ: Este é o tratamento mais comum, onde parafusos são colocados para fixar a epífise na posição correta, impedindo novos deslocamentos. Esse procedimento é indicado em casos de epifisiólise crônica ou leve.
- Redução cirúrgica e fixação: Em casos mais graves ou de deslocamento agudo, pode ser necessário realinhar a epífise antes de fixá-la.
- Osteotomia: Em casos severos ou em que houve danos significativos à articulação, pode ser necessária uma osteotomia, que é o realinhamento cirúrgico do osso, para corrigir deformidades e melhorar a função do quadril.
Prognóstico
O prognóstico da Epifisiólise Femoral Proximal depende da rapidez com que é diagnosticada e tratada. Se o tratamento for realizado precocemente, as chances de recuperação completa são altas. No entanto, casos graves ou não tratados podem levar a complicações, como necrose avascular da cabeça femoral, deformidades permanentes do quadril e desenvolvimento precoce de artrose. A reabilitação, incluindo fisioterapia, é essencial para recuperar a força e a mobilidade do quadril após a cirurgia.